A História do Avivamento Morávio por John Walker - Parte III



.A VIDA DO CONDE ZINZENDORF O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: “Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu”. Ele escolheu como o lema da sua vida: “Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente”.

O amor expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o a
mor que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso morrer também por esses pecadores. Quando ele se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual ele recorria o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele procurava conquistar as suas vidas. O que o ensinamento, argumentos e disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos os desejos de abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo — a fim de tornar aquele amor conhecido a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus.

O Conde Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de oração.
.CARACTERÍSTICAS DOS MORÁVIOS
E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra.

Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.
Em cada detalhe das suas vidas — no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres civis — tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés. Consideravam o servir a Deus como o único motivo da vida e faziam todas as demais coisas ocuparem um plano de segunda importância. Seus ministros e presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavam realmente vivendo para a glória de Deus.

Todos deveriam formar uma única irmandade, auxiliando e encorajando-se mutuamente numa vida sossegada e piedosa.
No entanto havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tão maravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e de
dicação coletiva e individual a Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue. Toda a sua correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono do mesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam no seu coração a paz de Deus e a libertação do poder do pecado. Essa mesma fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres pecadores, salvos pela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida diariamente pela comunhão na palavra, no cântico e na oração, transformou-se no alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo que seus corações regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu Jesus, o Cordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os, salvando-os e guardando-os, minuto por minuto, poderia também conquistar o coração mais endurecido e estava disposto a abençoar até mesmo o mais vir pecador. Em 1741 ocorreu algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a sua característica central — a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido por alguns anos o principal presbítero da igreja.

Ele e alguns outros sentiam que seus dons peculiares o capacitavam mais para outro tipo de ministério.
No entanto, à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em extremo encontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio o pensamento a muitos que poderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero Principal da sua pequenina igreja, e como resposta à oração, receberam a confiança de que Ele aceitara o cargo. Seu único desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela data — que Ele os tomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se preocupasse com cada membro individualmente, e cuidasse de todas as suas necessidades.

Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dos seus corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.
Era uma nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo ocupasse, não só na sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua igreja. A igreja havia chegado agora a maioridade.

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