Jean de Labadie nasceu em Bordô, França, em 1610, e foi educado pelos jesuítas com o objetivo de tornar-se membro daquela sociedade. O jovem Labadie, insatisfeito com seus estudos de teologia, voltou-se para o Novo Testamento e ficou profundamente impressionado com a grandeza do Evangelho. Ele também viu quão corrupta havia se tornado a cristandade e que a maneira de restaurá-la somente poderia ser uma volta aos princípios da primeira assembléia em Jerusalém.
Ordenado sacerdote jesuíta em 1635,foi ensinar em paris e,depois,em Amiens. Nessas cidades, muitas pessoas foram atraídas por suas palestras. Ele lia diversas porções da bíblia e depois as explicava. Como resultado,as pessoas começaram a deixar seus rosários e a ocuparem-se com a leitura do Novo Testamento, que Labadie distribuía. Ele ensinava que o Evangelho é a única regra de fé e piedade e que o viver dos cristãos primitivos é modelo para os cristãos de todas as épocas. Eles passaram a reunir-se duas vezes por semana para ler a Bíblia e meditar.Perseguido pela religião católica, Labadie foi acolhido pela igreja reformada calvinista, da qual passou a fazer parte em 1650. Em seus escritos e pregações, ele dizia que o poder para uma mudança exterior e para um viver piedoso está em uma vida interior de comunhão com Deus. Em 1659, Labadie foi para Suíça, onde foi usado para levar um reavivamento á igreja reformada, que havia caído em um estado de frouxidão. Em 1661, foi convidado para ir á Holanda, onde viveu até sua morte, em 1674.
Não tendo conseguido reformar a igreja católica, Labadie tentou, por outros vinte anos, reformar a igreja protestante. Ele estabeleceu reuniões de pequenos grupos e ensinava a oração espontânea, isto é, oração que brota do interior do crente – algo a que nem os protestantes estavam acostumados. Sob sua liderança, a assembléia esforçava-se para viver os princípios do Novo Testamento. A profecia era entendida por eles como um dom a ser exercitado por qualquer irmão que, guiado pelo espírito, podia levantar-se na reunião, expor a palavra e aplicá-la ás necessidades da igreja.
Tendo fracassado também em reformar a igreja protestante, ele chegou á seguinte conclusão:”é impossível uma reforma das corporações de igrejas existentes, e essa restauração da igreja apostólica só pode ser realizada separando-se delas” . Ele, então, introduziu esse principio na igreja em Middelburg e uns trezentos santos formaram uma nova assembléia. O local de reuniões não tinha nem sequer um púlpito, mas apenas bancos. Eles não usavam o nome ‘‘reformados” mas ‘’evangélicos”. Sessenta mil cristãos reuniram-se com ele em Amsterdã, onde começaram uma espécie de vida comunitária.
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